inda
que a tristeza seja
para
os meus versos vero ensejo
de
que me vale a poesia
se
nas andanças não primo pela alegria
inda
que a felicidade o eu-poeta mata
que
seja pelos braços da primavera qu’ele renasça
que
de folha em folha ele se desfaz das lágrimas
até
chegar às estações das águas
inda
que a necessidade do guarda-chuva se faça
não
me é preciso qualquer proteção, ou fuga
pois
o que caem das nuvens me inunda
de
gotas poéticas divina
úmido
com um cravo e uma rosa como filhos
e
uma amada como flor-de-liz
inda
sigo minha sina
mesmo
que a tristura, do poeta, seja trilha
entristecido
me perco em folhas
inda
se nas estações das flores
a
poesia de mim desista